A arquiteta e ilustradora chilena Francisca Álvarez Ainzúa compartilhou conosco sua série "Arquitetura do retrato": reconhecidos arquitetos são ilustrados precisamente através de uma análise geométrica de suas características. Para escolher seus modelos, a arquiteta prefere rostos com caráter, que apresentem particularidades e imperfeições, proporcionando riqueza em sua representação.
A construção "arquitetônica" do rosto é realizada através da linha e ganha valor através da cor, rendendo uma homenagem às tradicionais cores default: amarelo, ciano e magenta.
O processo
Tudo começa com a escolha de um modelo. "Tenho minha preferência por rostos com caráter que tenham algo particular que os caracterize, como um nariz grande, muitas rugas na pele, manchas, pintas ou olhos caídos. As imperfeições tornam muito mais rico um rosto e portanto, também, sua representação", conta Francisca. Logo, adota uma fotografia como base para ter uma referência exata de todos os detalhes da pessoa.
A fotografia é tratada para extrair o contraste de luzes e sombras que sirvam de guia para começar a ilustração. A partir desta referência, as sombras são levadas a polígonos e logo a linhas, que conformam o resultado final.
"Sempre busquei explorar distintas formas de desenho e expressão no desenho arquitetônico, tanto o digital quanto o feito a mão. O valor que ele possui no projeto para mim é vital, e transformou-se em meu momento favorito: ter que sentar e decidir qual a melhor forma de o mostrar, como torná-lo mais didático, como trabalhar as espessuras, os graus de cinzas, as sombras, a transparência. Para mim a representação do projeto é fundamental".
Esta paixão pelo desenho lhe deu a ideia de levar a riqueza de uma planta de arquitetura à liberdade do retrato, utilizando as mesmas regras mas soltando sua rigorosidade e tornando-se livre para representar.
* Para mais detalhes sobre seu trabalho visite o link.